sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Entrevista a Michelson Borges

Evangelismo a 50 graus abaixo de zero

Missionário na Mongólia
Elbert Kuhn nasceu em Taquara, RS, no dia 19 de julho de 1969. Cursou o ensino fundamental no Colégio Adventista Pr. Ivo Souza, em Rolante, e o ensino médio no Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS), em Taquara. Começou a faculdade de Teologia em 1988. Trabalhou em Bento Goncalves, por dois anos, depois Sarandi, em Porto Alegre, por três anos, e em Camaquã, também em Porto Alegre, por quase três anos. Concluiu o mestrado em Teologia em 2004 e pretende cursar o doutorado na Andrews University. Gosta muito de passar tempo com a família, os irmãos e os cunhados. Também gosta de viajar, conhecer lugares, pessoas e culturas. É casado há 20 anos com Cleidi Kuhn, formada em Pedagogia com pós-graduação em Terapia Familiar. Nesta entrevista concedida ao jornalista Michelson Borges, o pastor Kuhn fala de seu trabalho na Mongólia e dos desafios de evangelizar aquele país. 

Fale um pouco sobre a Mongólia: cultura, povo, hábitos curiosos, clima, etc.

A Mongólia e um país situado no norte Asiático, que faz divisa com duas grandes potências mundiais – ao sul, com a China, e ao Norte, com a Rússia, particularmente a Sibéria. É o país do grande conquistador Gengis Khan, que por volta do século 12 quase conquistou toda a Europa e a Ásia. É um país de clima extremamente difícil, onde as temperaturas giram entre menos 20 e menos 55 ºC durante os sete meses de inverno. Tem a capital mais fria do mundo, Ulan Bator. A Mongólia ainda e conhecida como um país de nômades, “a country with no fences”. Um país sem cercas, como eles gostam de dizer. Ainda hoje a atividade primária é o cuidado dos rebanhos de ovelhas, cabritos e cavalos. Eles vivem em tendas chamadas “Gers”, fáceis de montar e desmontar, para que eles possam mudar de região, de acordo com a necessidade dos animais.



A alimentação é precária para a maioria das pessoas. O solo é árido e tudo aquilo que requer mais de três meses para crescer não se produz na Mongólia, em função do frio. A base da alimentação é a carne, com ênfase na gordura. O consumo de álcool e tabaco é muito alto, por isso a saúde do povo em geral é comprometida. Uma curiosidade com relação a isso foi um dia em que a Cleidi viu um bebê de poucos meses com um pedaço de gordura pura de carneiro, do tamanho de uma mão, na boca, como se fosse uma chupeta. São as tradições passadas de geração a geração.

Os mongóis em geral são amigos e hospitaleiros. Sempre dispostos a ajudar quando preciso.

Quais são as condições de trabalho nesse país? Como vivem os irmãos e os pastores?

As condições de trabalho são muito desafiadoras, devido ao clima, às distâncias e à precariedade do transporte. Em toda a Mongólia apenas um aeroporto, o da capital, tem asfalto. Todos os demais aeroportos são de estrada de chão batido, e os aviões, extremamente velhos. Muitas vezes, enviamos nossos jovens líderes para regiões remotas, alguns lugares a mais de dois mil quilômetros de distância, a fim de fundar igrejas. Lá eles chegam com uma mala de roupa e alguns materiais. Assim foi iniciada a maioria das igrejas na Mongólia.

A vida de muitos de nossos pastores não é nada fácil, com recursos limitados que muitas vezes não são suficientes para a comida diária. Deus tem aberto portas e hoje a vida deles tem melhorado.



Como e quando teve início a obra adventista aí?

No ano de 1991. Um casal de jovens norte-mericanos decidiu ir como voluntários a algum lugar do mundo onde não existissem cristãos e tampouco adventistas do sétimo dia. O sonho deles era ir à China, mas descobriram então que na China já havia adventistas. Estudando o mapa, viram que a Mongólia não tinha adventistas, e decidiram ir para lá.

Na época, eles não tinham nenhum apoio oficial da igreja. Eram missionários voluntários, que foram para a Mongólia por meio de um ministério de apoio chamado Adventist Frontier, mas eles tinham que levantar os próprios recursos. 

Chegaram à Mongólia em 1992, logo após a queda do sistema comunista. A Mongólia era dominada ate então pela ex-União Soviética. O começo foi muito difícil, pois, com a saída dos soviéticos, o país ficou sem sistema de governo e sem recursos. Por muito tempo, as pessoas não tinham sequer o que comer, mas aos poucos foram encontrando a forma de governo e o país começou a se reorganizar.

Brad e Cathie Jolly lançaram os fundamentos da igreja adventista, traduzindo materiais, estudos bíblicos, alguns livros de Ellen White, como o Caminho a Cristo, e partes do Novo Testamento. 

Os missionários Brad e Cathie Jolly

Em seguida, chegou uma missionaria coreana-americana, Joanne Park, que ajudou no processo de organizar grupos pequenos de estudos. Infelizmente, Brad contraiu câncer de estômago em função das dificuldades que enfrentavam. Mesmo extremamente debilitado, não quis voltar aos Estados Unidos e continuou traduzindo e preparando materiais. Faleceu cumprindo o dever.

Que tipo de materiais da igreja são produzidos aí?

Nossa prioridade é a produção de livros, estudos bíblicos e materiais educativos, de família, saúde, a Licao da Escola Sabatina, Manuais da Igreja, de Ministros, de Anciãos. Graças a Deus, temos tido muito apoio para que isso seja feito. Sem livros, a pregação se perde. Nosso povo precisa ter à disposição materiais a fim de ajudá-lo no processo de mudança de hábitos e valores.



Fale um pouco sobre o primeiro batismo adventista, ocorrido em 1993.

No ano de 1993, como resultado do trabalho dos primeiros missionários voluntários, duas jovens foram batizadas pelo então presidente da Associação Geral, pastor Robert Folkenberg. Davakhuu, que hoje é a coordenadora acadêmica de nossa escola de Inglês, e Enkhee, nossa diretora de saúde e temperança. A semente germinou e hoje temos a alegria de tê-las ainda como membros fieis e atuantes da Igreja Adventista na Mongólia.

Pastor Folkenberg batiza Davakhuu e Enkhee

Como é a interação de vocês com os budistas?

Essa é uma pergunta interessante. A Mongólia é um país budista, mas de uma religião muito misturada com outras. Como nômades, que mudam de um lugar para outro facilmente, assim também os mongóis vivem com relação à religião. Alguns mongóis brincam que pela manhã oram a Buda, no almoço para Deus e à noite convidam o xamã para o jantar. 

Como eles tiveram a religião exterminada pelo comunismo, hoje vivem de forma extremamente secularizada. Apreciam a discussão religiosa, desde que não se imponham normas e limites. Temos uma relação de amizade e respeito. Com eles, e necessário primeiro estabelecer a confiança e a credibilidade. Depois de terem certeza de que podem confiar em você, as portas se abrem.

Como apresentar Jesus a um budista? Qual a abordagem ideal? Que cuidados devem ser tomados?

Como disse, o primeiro passo é se colocar no lugar deles e imaginar como você, se fosse budista, receberia a mensagem do cristianismo. E preciso muito respeito, muita oração, muita sabedoria e tato, a fim de que os laços não sejam quebrados no afã de querer simplesmente batizar alguém. Essa não deve ser a abordagem. Existem crenças deles tão ou mais fortes que as nossas, e não será em um curto período de tempo que essas crenças serão desfeitas. Temos pessoas que frequentam nossa igreja há mais de três anos, mas ainda têm dúvidas. Não se pode apressar o amadurecimento deles no cristianismo. Pode-se ajudar, mas não apressar. 

Apenas a titulo de curiosidade: temos muito no cristianismo a ênfase no sacrifício de Deus em nosso lugar, certo? Isso toca nosso coração e nos leva às lagrimas muitas vezes. Ao entendermos esse sacrifício de amor, somos compelidos a nos entregar de corpo e alma. O budista nos olha e diz: “Só o Deus de vocês morreu. É porque não era um dos ‘maiores’. O Deus top jamais morreria.”

Quais os maiores desafios para a evangelização da Mongólia?

Até agora, o maior desafio foi quebrar a barreira do preconceito contra os cristãos. É muito difícil para um mongol deixar os laços de família. Ser mongol é ser budista ou shamanista, e aceitar sozinho uma nova fé, novos amigos, nova forma de viver e pensar. Enquanto o país viveu as crises financeiras, a religião ainda era uma forma de trazer esperança a muitos. Hoje, com a descoberta de grandes minas de cobre, carvão, ouro, urânio e outros minérios, o que se vê e um desejo desenfreado por melhores condições de vida. Isso foi o que se viu nos países do leste europeu após a queda do comunismo. Por um período de 10 a 15 anos, a busca pelo cristianismo foi tremenda. Não é mais o que acontece. Hoje há um retorno às religiões tradicionais desses países e um desencanto com o cristianismo.




O que o evangelho tem feito na vida dos mongóis que o aceitam?

Creio que o evangelho tem trazido esperança e liberdade. Esperança para um povo que sofre e não tem para onde ir quando os problemas chegam. Esperança de uma família bem ordenada. Esperança de uma saúde melhor. Esperança de um mundo melhor. Liberdade dos hábitos, das tradições, dos vícios, da parte ruim da cultura.

Fale um pouco sobre o projeto com crianças, que está em seu coração.

Quer mudar a história de um país, comece a ensinar as crianças. Ajude-as a pensar, a fazer escolhas sábias, a tomar decisões de longo prazo, e dê a elas condições de fazer tudo isso. Por exemplo, um menino, filho de mongóis, aprendeu acerca dos hábitos alimentares ensinados na Bíblia, e hoje, com sete anos de idade, é um vegetariano saudável. A ênfase aqui não está no fato de ele ser ou não vegetariano, mas na escolha feita. Contra a cultura, contra os hábitos, contra família, contra tudo, ele tomou uma decisão. Aquilo que se ensina a uma criança jamais será esquecido.

Temos projetos com crianças que têm atraído os pais. Por exemplo, em nossa escola adventista servimos o almoço para as crianças. Ao contrario das outras escolas, não servimos café nem doces. Quando as crianças chegam em casa e contam, os pais vêm à escola, alguns bravos, e perguntam por que agimos assim. Quando explicamos as razões científicas e de saúde, eles saem felizes e valorizando a escolha da escola para os filhos. Temos dado muita ênfase aos valores, já que na Mongólia os valores são muito relativos e muitos se perderam no tempo. Temos anualmente projetos que visam a esses propósitos, e nas igrejas, na escola, em nossos acampamentos para crianças, temos visto por que Jesus tinha um cuidado e um carinho grande por elas.




A massificação da informação e suas armadilhas está na Mongólia também. Certo dia, eu estava a quase dois mil quilômetros da capital visitando uma pequena vila, e fui à central telefônica enviar um e-mail. Cada pequena vila tem uma central com dois ou três computadores para as pessoas se comunicarem. Ao meu lado, três garotos de uns sete anos de idade olhavam a tela e riam. Olhavam a tela e fechavam os olhos. Fiquei curioso e com o canto do olho percebi que eles estavam olhando pornografia. São danos irreparáveis na mente dessas crianças; por isso, como igreja, precisamos fazer nosso melhor, e o mais rápido possível, porque, se não, perderemos a batalha e amanhã poderá ser muito tarde.

Por que decidiram reservar uma parte do prédio da União para abrigar estudantes universitários?

A Mongólia é um país interessante do ponto de vista da divisão populacional. Tem três milhões de habitantes, dos quais 1,3 milhão vive na capital. As cidades são pequenas vilas, e quando os jovens se formam no ensino médio, têm que mudar para a capital a fim de continuar os estudos. Ao chegar à capital, vão morar em repúblicas, e normalmente o que se tem visto é que no fim da faculdade não estão mais na igreja. Queremos e precisamos mudar essa realidade.

Decidimos reservar dois andares de nosso prédio e fazer deles dormitórios. Como não temos faculdade, damos a nossos jovens toda a estrutura de nossos colégios, com capelão, cultos, seminários, etc. A única diferença é que no horário escolar eles vão à escola pública ou privada. Queremos que no fim do período de estudos eles estejam comprometidos em ser fieis a Deus e à igreja.



Por que você decidiu ser missionário numa terra tão distante?

Foi plano de Deus. Não tem outra explicação. Jamais fiz uma oração sequer para ser missionário. Jamais enviei um e-mail com esse pedido. A única coisa que a Cleidi e eu sempre tivemos claro foi o chamado. Se Deus e a igreja precisarem de nós, iremos. Muitas vezes sofremos, e muito. Muitas vezes não entendemos o porquê, mas sempre, ao olhar para trás, temos a satisfação de ver a mão de Deus a nos guiar e uma tremenda alegria de poder estar fazendo o que Deus quer que façamos.

Os brasileiros que trabalham como missionários em outros países têm alguma vantagem em relação a missionários de outras nacionalidades?

E difícil dizer se há vantagens. Depende de muitos fatores. Creio que nossa vantagem está em nossa facilidade de nos adaptarmos mais facilmente a diferentes culturas. Na criatividade em resolver problemas e na forma positiva com que encaramos a vida. Creio também que em função de nossa igreja no Brasil ser muito dinâmica, crescemos com muitas atividades, programas e projetos, o que ajuda ao ir ao campo missionário. Creio que uma grande desvantagem é nosso pobre domínio do inglês. Sem ele, nossa capacidade de atuar fica muito limitada. Também precisamos entender que são poucos os lugares no mundo em que os resultados e as respostas à pregação são tão expressivos quanto no Brasil.

É óbvio que devido aos conflitos no mundo moderno, dependendo de onde você vem e para onde você está indo, isso poderá ser um problema, e sério. Mas, em geral, se você estiver comprometido com Deus, com a igreja e com a salvação das pessoas, creio que não imposta muito de onde você seja. 

Que conselhos você daria para alguém que sente no coração o desejo de trabalhar como missionário?

Ore muito. Tenha a certeza de que esse é o plano de Deus, não o seu. Tenha a certeza de ter sua família unida nesse projeto. E aprenda o inglês. 

Em culto recente na Casa Publicadora Brasileira, você fez uma comparação entre um navio de guerra e um de cruzeiro. Poderia falar sobre isso?

Há pouco tempo li um livro de um jovem e brilhante pastor norte-americano chamado David Plat, intitulado Radical. Ele conta que na década de 40 os Estados Unidos construíram um navio de guerra chamado USS United States. Era para ser usado em missões de guerra e poderia carregar 15 mil soldados para qualquer lugar do planeta, em menos de dez dias. A missão desse navio de guerra era salvar aqueles que pereciam em função de guerras e conflitos. Era o maior e mais rápido navio de guerra construído ate então. O problema e que esse navio nunca viu uma batalha sequer. Ao contrario, foi transformado em um luxuoso navio de cruzeiro. 

Agora, pense comigo: um navio de guerra é completamente diferente de um navio de cruzeiro. Em vez de carregar 15 mil soldados para a batalha, agora só podia carregar duas mil pessoas. Em um navio de guerra, o espaço não é importante, pois você tem uma missão em mente. Em um navio de cruzeiro, quanto mais espaço melhor. Em um navio de guerra, velocidade é um imperativo, pois pessoas estão morrendo; mas esse não e o caso no navio de cruzeiro: quanto mais lento melhor, pois o importante é desfrutar a vista e o cenário.

Em um navio de Guerra, ninguém se preocupa se a comida não é suficiente ou “do meu gosto”; pessoas precisam de mim, e minha missão é mais importante. Num navio de cruzeiro, tudo diz respeito a conforto, luxo e prazer.

Em outras palavras, em um navio de guerra, tudo diz respeito aos outros, a ir mais rápido, não importando as condições, pois temos uma missão, a de salvar o que perece. Não é o caso no navio de cruzeiro, onde tudo diz respeito ao meu conforto, ao meu prazer, pois a preocupação é toda centrada no “eu” e não no “próximo”. 

Gosto muito de uma sentença em inglês que rima e diz o seguinte: “We should never evaluate a church by its seating capacity, but by its sending capacity.” Ou seja, nunca avalie uma igreja pela quantidade pessoas que entram para ouvir, mas sim pela quantidade de pessoas que saem para servir.

As igrejas, os pastores, os líderes e os membros, em sua grande maioria, correm o risco de esquecer qual é sua missão. Correm o risco de esquecer que existe uma grande guerra acontecendo e que precisamos ir o mais rápido possível para salvar o que perece. Se temos essa visão clara, os problemas pequenos que serão resolvidos facilmente e não daremos tanta importância a detalhes periféricos. Ha uma batalha cósmica em andamento. Jesus está prestes a voltar. O Céu é o lugar em que vamos desfrutar tudo, mas enquanto estamos na Terra, viajamos em um navio de guerra. Precisamos salvar o que perece.

Uma mensagem para os irmãos aqui no Brasil.

Ore para que Deus o ajude a fazer alguma coisa para a salvação das pessoas. Busque se envolver em algum ministério. Pare de prestar atenção e se preocupar com coisas pequenas, sem importância e que não levam a nada. Sonhe os sonhos de Deus. Invista em coisas que irão durar além desta vida. Não há maior alegria na vida de um cristão do que saber que está sendo usado por Deus para salvar pessoas. Tive grandes tristezas e sofrimentos ao longo destes quase dez anos servindo como missionário, mas encontrei um texto que me ajudou por muitos anos na Mongólia. Está em 1 Coríntios 15:58: “Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.”

Tudo, mas tudo mesmo que fazemos para o Senhor, de coração sincero, jamais será em vão. Posso dizer com segurança que já vejo os frutos do meu trabalho e quero continuar neste navio de batalha, indo o mais rápido possível a todos os lugares para preparar um povo especial para se encontrar com Deus.

sábado, 13 de setembro de 2014

Pt: Um dia para ficar na historia En: A day to be remembered

Pt: Nos ultimos meses, nosso grupo esteve orando, jejuando e trabalhando para que o projeto do evangelismo para as grandes cidades fosse um sucesso. Para a honra e gloria de Deus, depois de 10 dias de trabalho arduo, finalizamos com chave de ouro e mais de 150 pessoas decidiram pelo batismo.

Seguem algumas fotos.

En: For the last couple of months, our team has been praying, fasting and working hard to make the Hope for the cities project a success. By the grace and power of God, after 10 days of hard work, we have closed with a golden key and more than 150 people decide by baptism. 

Here are some pictures.





















sexta-feira, 5 de abril de 2013

Reportagem da ASN


O líder da Igreja Adventista do Sétimo Dia no país asiático conversou com a equipe da ASN – Agência Adventista Sul-Americana de Notícias a respeito dos desafios de crescimento do cristianismo nessa nação com forte tradição histórica budista, mas hoje caracterizada pelo secularismo.
ASN - Sua experiência de mais de seis anos na Mongólia, e principalmente agora como presidente da Igreja Adventista nesse país, deixa quais ensinamentos acerca do trabalho de evangelização nessa região?
Pr. Elbert Kuhn - A Mongólia foi historicamente um país budista. Como esteve sob o sistema comunista por quase 80 anos, a religião no país foi destruída. Quando o comunismo ruiu, com a queda do muro de Berlin, os russos que ocupavam o país saíram praticamente do dia para a noite. Esta saída brusca deixou um vácuo administrativo e também um país falido. Neste momento, houve muitos investimentos estrangeiros e, também, muitas denominações cristas vieram até a Mongólia com diferentes projetos. A sociedade como um todo, naquela ocasião, buscava alguma coisa em que se apoiar e foi ai que o cristianismo começou a desenvolver e expandir. A Igreja Adventista na Mongólia foi estabelecida oficialmente em 1998 e eu cheguei ao país em 2003.  Naquele período em que estive aqui, a Igreja cresceu de 200 para 1500 membros e de oito para 20 lugares onde se reuniam para adorar a Deus. Naqueles anos, a Igreja Adventista era basicamente composta de jovens. Foram eles que plantaram as igrejas em diversos pontos do país.
ASN - Fale um pouco do crescimento do adventismo nesse País e do desenvolvimento do relacionamento da Igreja Adventista com a sociedade da Mongólia?
Pr. Elbert Kuhn - Hoje estamos com quase dois mil membros. Temos 25 lugares de culto. Estamos plantando seis noves igrejas no país. Temos uma boa agencia da ADRA. Temos uma escola de ensino fundamental com 70 alunos. Vemos como Deus abençoou o trabalho, mas vemos, também, sérias mudanças. A Mongólia tem se tornado um centro de referência com relação à exploração de minerais. As maiores companhias exploradoras do mundo estão se estabelecendo aqui e isto tem trazido grandes recursos financeiros e ao mesmo tempo grandes desafios. A cultura simples e nômade dos mongóis, tem sido trocada pela busca de ganhos financeiros e de uma vida melhor. Não vemos mais tanto interesse em religião como nos anos anteriores. Hoje podemos afirmar que a Mongólia e um país de religião budista, mas completamente secularizado.
A maior lição que vejo quanto a evangelização e que devemos aproveitar cada oportunidade que Deus nos da para plantar e estabelecer igrejas, pois não sabemos o que pode acontecer amanha. Se hoje a porta se abriu, vamos entrar. Se temos recursos, vamos investir. Um projeto forte de evangelismo de 2002 a 200, foi a semente que levou nossa Igreja a ter este crescimento que tivemos. Sempre passei a nossos líderes locais a certeza que com Deus tudo e possível.
A Igreja Adventista é hoje uma das igrejas cristãs com a melhor estrutura no país. Temos projetos nas áreas de educação, saúde, e em parceria com igrejas de outros países, temos desenvolvidos outros vários projetos comunitários. Nossa relação com a sociedade precisa ser melhorada. Em geral, a sociedade dominante não se identifica com o cristianismo. Por questões profissionais e políticas, preferem ser vistos como budistas, mesmo que alguns no íntimo tenham grande simpatia pelo cristianismo.
ASN - Quais os principais desafios para os próximos anos?
Pr. Elbert Kuhn - Temos grandes desafios na área de desenvolvimento físico. Construções de igrejas, escola etc, mas creio que o nosso grande desafio agora e o de fazer com que nossa igreja continue sendo relevante para esta "nova" Mongólia. A Mongólia nômade, e distante do mundo de ontem, não e mais a Mongólia de hoje. O que buscavam encontrar ontem, não é mais o que querem hoje. Precisamos preparar nosso grupo de pastores e lideres para estarem prontos para responderem as perguntas do tempo presente. Nosso grande desafio é ajudar cooperar com o discipulado de nossos pastores e líderes para esta nova realidade. Precisamos ter na Mongólia líderes locais comprometidos com Deus, com a doutrina bíblica, com os fundamentos estruturais e organizacionais da igreja.
Creio que o grande desafio da igreja, seja na Mongólia, África, Brasil, Europa ou América do Norte e ter lideres que coloquem toda a vida à disposição do trabalho de Deus. Sem reservas. Sem interesse pessoal, mas totalmente voltado para levar a mensagem de esperança a todos os quatro cantos da terra. Líderes dispostos a serem guiados pelo Espírito.
ASN -  Fale de alguma história que mostra como a superação em nome de Deus faz a diferença no campo missionário.
Pr. Elbert Kuhn - Trabalhar no campo missionário tem sido a experiência mais marcante de meu ministério. No campo missionário estamos sozinhos e isolados da família, dos amigos, dos recursos financeiros. Normalmente no campo missionário a estrutura da igreja é bem precária, os recursos humanos praticamente não existem. Toda esta realidade nos leva a depender exclusivamente de Deus. Em função da falta de recursos em todas as áreas, aprendemos a buscar O recurso que nunca falha, Jesus. No campo missionário aprendemos que desistir não é uma opção.
Admito que em alguns momentos questionei se meu trabalho estava dando resultado. Lutei com Deus para que me mostrasse de alguma forma se estava valendo a pena continuar, pois não via os resultados e não tinha nenhum feedback de ninguém. Um dia, ao meditar e estudar a Bíblia, me deparei com um texto que mudou minha visão, 1 Cor 15:57,58 : "Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.
Sei que este texto se aplica de outras formas também, mas serviu para abrir os meus olhos e ver que nada que fazemos de coração a Deus e em vão, e um dia, será recompensado.
ASN - Voluntários podem cooperar com o trabalho aí e de qual maneira?
Pr. Elbert Kuhn - Os voluntários foram a razão principal, junto com os lideres locais, que fizeram a diferença para o crescimento da Igreja Adventista na Mongólia. Eles trazem a experiência da igreja já estabelecida em outros lugares. Eles trazem conhecimento pratico em áreas ainda não desenvolvidas plenamente aqui.  Eles trazem recursos que estão disponíveis em outras partes do mundo, mas que faltam aqui.
Voluntários podem vir para ajudar por períodos curtos, ou longos. Duas semanas ou até um ano ou mais. Podem vir em grupos para projetos específicos, saúde, educação, construção, evangelismo, ou outras áreas especificas não mencionadas, mas que são necessárias. [Equipe ASN, Felipe Lemos]

quinta-feira, 7 de março de 2013

A vida underground em -40C


People of the Manholes, Ulaanbaatar, Mongolia
February 27, 2013
  According to the Government of Mongolia, the population living in Ulaanbaatar is about one million, one third of the whole population of Mongolia. But in reality, half of that population actually lives in Ulaanbaatar, according to the National Geographic Magazine. Ulaanbaatar has no outlet for its overflowing population so why does most of the Mongolian population live there? 

  Because of this overpopulation, many problems have arisen. With the crisis of overcrowding, people who have created a new kind of lifestyle have appeared. They are called “Men of the Manhole.”

  The problem was far more serious than we could have imagined. Both the Mongolian Government and the Mongolian Police authorities denied that they existed. Although they were trying to deny the existence of these people, we could usually find them in the streets. One day in 2005, a Korean international student walked the streets of Ulaanbaatar. While he was walking, he stepped into a manhole and was hurt so badly that he was kept in the hospital. After being treated, he testified that “I saw people in there! They were hiding without making the slightest sound.”


  On January 19, 2013, a letter had arrived at the office of ADRA Korea. It was a request for relief from Pr. Hashik Kang who is a Pioneer Missionary Movement (PMM) missionary in Mongolia. He asked ADRA to help the “Men of the Manhole.” They are homeless people living underground. They must have moved below the ground to get out of the freezing cold. There are “Men of the Manhole” also living underground in Suhbator Square, a famous tourist attraction in Ulaanbaatar. This is the fanciest place in Mongolia but there is also terrible polarization. The National Geographic Magazine points out that it is an “Another side of Ulaanbaatar.”

  Some scholars state that it is a natural phenomenon because these people had to get out of the minus ten degrees weather. They could not survive the head-to-head competition for housing but their failure was not due to a lack of abilities. Pr. Hashik Kang said, “I was shocked by these people in the manholes. Some of them died from the thick fumes created by the fires they made in a drain or some of them died by frostbite. How can you just turn your back on these poor people? I could not forget their eyes. I saw a spark in their eyes. So I wrote this letter to you asking for relief.”

Pr. Kang requested several items they need such as food, winter coats, medical supplies, hygiene supplies and education. Accordingly, ADRA agreed that they will discuss this matter and formulate a plan to help them. They stated, “God will help us to find a proper way to help them. We will pray continuously together.” Yes, now is the time to pray for them and help them quickly.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Physical Developments on the Rise


Physical Developments on the Rise
December 11, 2012
During 2012, the Mongolia Mission Field (MMF) was blessed to acquire five new properties. A parcel of land that is 600 square meters in the Hentii Province, which is 333 kilometers (km)from the capital city; a 472 square meter lot situated in the Arkhangai Province, approximately 468 km away from Ulaanbaatar; a lot and building in Erdenet City, and two other newly constructed church buildings.

On October 13, 2012, the MMF officers conducted an inauguration ceremony, and organization of the Munkhiin Geree SDA Church located in the Ovorkhangai Province. The office staff participated in the event along with the regular church goers within the area, as well as some visitors.





The same meaningful ceremonies are yet to take place for the Amazing Grace church building which will becompleted, and dedicated in January, 2013. It is interesting to note that the last time a church was officially organized in Mongolia was eight years ago.

The aforementioned physical developments are a byproduct of both the MMF’s capital investments, and donations from benevolent donors. Most of the donations have come from Australian’s who, at some point in time, came to visit Mongolia to present evangelistic meetings. It is our dream to plant more churches in the key cities around the country. God willing, the MMF will raise more new church buildings. Above all, we will increase the Adventist population!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Planejando futuras igrejas / Planing future churches

POR: Esta semana viajei com dois construtores que irao trabalhar conosco pelos proximos tres anos para construir igrejas. Aqui estao algumas fotos desta viagem com temperaturas de - 25C. Viajamos 1.320 km nas "auto pistas" em dois dias. So bencaos!

ENG: This week, I traveled with two developers who will be working with us for the next three years to built churches. Here are some pics from our trip with temperatures of - 25C. We traveled 1.320 km in the "highways" in two days. Only blessings!

POR: A beleza do frio
ENG: The beauty of the cold


POR: Crianças sao sempre crianças, nao importa aonde.
ENG: Children are always children, no matter where.

POR: Se perdeu? Pergunte!
ENG: Are you lost? Ask!

POR: A vida como ela e na Mongolia.
ENG: The life as it is in Mongolia





POR: Um povo especial e hospitaleiro
ENG: A special and hospitable people





POR: Em frente de um terreno onde vamos construir uma igreja ano que vem com doadores e o pastor
ENG: In front of a lot where we will built a church next year, with donors and the pastor

POR: Um lindo pais, mas frio de gelar os ossos. Ainda estamos no outono, mas com - 27C!
ENG: A beatiful country, but cold to the bones. We are still in the fall, but with -27C already!